6/29/2009

Exposição Habanos no Café Journal

6/10/2009

Vôo 447 Air France



Aí um dia você toma um avião para Paris, a lazer ou a trabalho, em um vôo da Air France, em que a comida e a bebida têm a obrigação de oferecer a melhor experiência gastronômica de bordo do mundo, e o avião mergulha para a morte no meio do Oceano Atlântico. Sem que você perceba, ou possa fazer qualquer coisa a respeito, sua vida acabou. Numa bola de fogo ou nos 4 000 metros de água congelante abaixo de você naquele mar sem fim. Você que tinha acabado de conseguir dormir na poltrona ou de colocar os fones de ouvido para assistir ao primeiro filme da noite ou de saborear uma segunda taça de vinho tinto com o cobertorzinho do avião sobre os joelhos. Talvez você tenha tido tempo de ter a consciência do fim, de que tudo terminava ali. Talvez você nem tenha tido a chance de se dar conta disso. Fim.

Tudo que ia pela sua cabeça desaparece do mundo sem deixar vestígios. Como se jamais tivesse existido. Seus planos de trocar de emprego ou de expandir os negócios. Seu amor imenso pelos filhos e sua tremenda incapacidade de expressar esse amor. Seu medo da velhice, suas preocupações em relação à aposentadoria. Sua insegurança em relação ao seu real talento, às chances de sobrevivência de suas competências nesse mundo que troca de regras a cada seis meses. Seu receio de que sua mulher, de cuja afeição você depende mais do que imagina, um dia lhe deixe. Ou pior: que permaneça com você infeliz, tendo deixado de amá-lo. Seus sonhos de trocar de casa, sua torcida para que seu time faça uma boa temporada, . Suas noites de insônia, essa sinusite que você está desenvolvendo, suas saudades do cigarro. Os planos de voltar à academia, a grande contabilidade (nem sempre com saldo positivo) dos amores e dos ódios que você angariou e destilou pela vida, as dezenas de pequenos problemas cotidianos que você tinha anotado na agenda para resolver assim que tivesse tempo. Bastou um segundo para que tudo isso fosse desligado. Para que todo esse universo pessoal que tantas vezes lhe pesou toneladas tenha se apagado. Como uma lâmpada que acaba e não volta a acender mais. Fim.

Então, aproveite bem o seu dia. Extraia dele todos os bons sentimentos possíveis. Não deixe nada para depois. Diga o que tem para dizer. Demonstre. Seja você mesmo. Não guarde lixo dentro de casa. Não cultive amarguras e sofrimentos. Prefira o sorriso. Dê risada de tudo, de si mesmo. Não adie alegrias nem contentamentos nem sabores bons. Seja feliz. Hoje. Amanhã é uma ilusão. Ontem é uma lembrança. No fundo, só existe o agora

Conto do vaso Chinês


Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade
de uma vara que ela carregava nas costas.Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito. Este último estava sempre cheio de água ao
fim da longa caminhada do rio até casa, enquantoo rachado chegava meio vazio. Durante muito tempo a coisa foi andando assim, com a senhora
chegando a casa somente com um vaso e meio de água.Naturalmente o vaso perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre vaso rachado
tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazersó a metade daquilo que deveria fazer.Depois de dois anos, reflectindo sobre a própria amarga derrota de ser 'rachado', o vaso falou
com a senhora durante o caminho: 'Tenho vergonhade mim mesmo, porque esta rachadura que eu tenho faz-me perder metade da água durante
o caminho até a sua casa...'A velhinha sorriu: Reparaste que lindas flores há somente do teu lado do caminho? Eu sempre soube do teu defeito
e portanto plantei sementes de flores na beira daestrada do teu lado. E todos os dia, enquanto a gente voltava, tu regava-las. Durante dois anos pude recolher aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa.
Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhasna minha casa.Cada um de nós tem o seu próprio defeito. Mas é o defeito que cada um de nós
tem, que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante. É preciso aceitar cada um pelo que é... E descobrir o que há de bom nele.

Aprender do Vôo das Águias



Há uma tradição transcultural que apresenta o comportamento de certos animais ou aves como exemplar para os comportamentos humanos. Nisso vai intuição antiga que a ciência dos comportamentos comprovou: existem em nós traços herdados de animais ou aves, pois, embora diferentes, formamos com eles uma única comunidade de vida.

Observemos como as águias voam. Elas voam de forma toda própria. Usam a própria força apenas para iniciar o vôo. Batem as asas e forcejam para ganhar certa altura. Uma vez alcançada, aproveitam a força dos ventos e se deixam carregar por eles. Possuem um instinto muito apurado para captar correntes de ar e sabem tirar proveito delas. Se há apenas brisa leve, elas flutuam suavemente. Se irrompem ventos fortes, elas usam da força deles para voar bem alto e deslocar-se com grande velocidade. Apenas manejando à esquerda e à direita suas enormes asas que podem chegar a mais de dois metros de diâmetro.
Bem diferentes são as galinhas. Quando estão excitadas ou se põem a correr, batem muito as asas, fazem grande barulho mas voam apenas alguns metros.
Apliquemos a sabedoria das águias aos nossos comportamentos. Nós não sabemos entrar em sintonia com a natureza. De saida, rompemos com ela em nosso afã de dominá-la com violência e colocá-la a nosso serviço. Não nos harmonizamos com seus ritmos. Ao contrário, ela tem que obedecer aos ritmos que lhe impomos. Este paradigma está na base de nossa civilização hoje globalizada. Trouxe-nos incontáveis benefícios, mas nos exilou da Terra e nos fez inimigos da natureza. Este projeto de dominação, entretanto, sem limites internos, pode tornar-se altamente perigoso. Ele tem depredado a infra-estrutura da vida a ponto de pôr em risco o futuro da biosfera e da espécie humana.
Por isso, mais e mais pessoas hoje procuram uma nova aliança com a natureza. Assim nasceu a agroecologia que implica produzir interagindo respeitosamente com ela. É ilusório um crescimento econômico à la agronegócio que mata e desmata. Importa conhecer os ritmos da floresta amazônica e utilizar tecnologias adequadas a esses ritmos. Só assim se preserva a natureza e se colabora com ela para que continue a nos dar seus bons frutos. Dito de outro modo: importa moderar a lógica de nossa vontade e fazê-la combinar-se com a lógica objetiva da natureza, a exemplo da águia em seu vôo.
Nosso comportamento é construtivo quando nasce do equilíbrio entre o nosso desejo e o desejo inscrito na natureza. Sábia é a pessoa que capta as duas lógicas, a das coisas e a do eu, se harmoniza com elas e as faz convergir. Imatura é a pessoa e atabalhoado é seu comportamento quando só escuta o próprio eu e a toda hora diz: 'eu sei, eu quero, eu decido, eu faço' não escutando a voz da natureza como se ela nem existisse. A tradição do Tao ensina que a pessoa só se sente plena e realizada quando sua obra imita o vôo das águias: trabalha junto com a natureza e jamais contra ela. Caso contrário, sempre há uma réstea de vazio e um sabor amargo de implenitude.
Precisamos desinflar o eu e enraizá-lo na natureza. O eu e a natureza formam um todo dinâmico sempre em busca de um difícil equilíbrio. Ambos, cada qual com sua singularidade, devem permanentemente atuar juntos como garantia de uma vida equilibrada e discretamente feliz.

6/01/2009

Amir Klink

Já acorado na Antardida, ouviu ruidos que pareciam de fritura. Pensou será que existem Chineneses frirtando pastéis?? Eram cristais de água doce congelada que faziam aquele som quando entravam em contato com a água salgada.O Efeito sonoro e o visual belíssimos!Pensou em fotografar, mas pensou consigo mesmo: Calma você terá muito tempo para isso... Nos 367 dias que se seguiram o fenômeno não se repetiu.
Algumas oportunidades são únicas...