5/27/2010

“A águia e a galinha”



A partir da narrativa “A águia e a galinha”, de James Aggrey, analisada por Leonardo Boff, podemos refletir sobre o comportamento humano.

Todo ser humano tem dentro de si a faceta águia e a faceta galinha. A galinha representa nossas necessidades mais básicas, como comer, dormir, beber, realizar afazeres domésticos. Representa a materialidade do cotidiano. Já a águia representa nossa capacidade de evoluir, nossos desejos mais profundos, nossos sonhos e nosso lado espiritual.
Viver somente sob nosso aspecto galinha é mais fácil por diversos fatores. Nossa cultura, inclusive a organizacional, alimenta a galinha que existe em nós, valorizando pessoas que aceitam tudo sem questionamento, que se contentam com pouco. Ademais, ser galinha envolve mais segurança, menos riscos. As pessoas, muitas vezes, preferem não arriscar ir além do galinheiro, mesmo que isso signifique não desenvolver todo o seu potencial, mesmo que essa escolha seja o sacrifício de muitos dos seus sonhos.
Fala-se muito no despertar da águia, no despertar da essência de cada um. Organizações discursam sobre a necessidade de novos talentos, de pessoas que ousam ir além, que inovam e que buscam realizar seus desejos e superar os obstáculos. Contudo, é fato que frequentemente isso fica só no discurso. Na prática, os colaboradores-águias são tolhidos pela organização, quando não podem manifestar sua opinião, quando suas ideias são recebidas com hostilidade ou indiferença, quando são desvalorizados e treinados a agir sempre da mesma maneira. A insegurança é mais um fator leva as pessoas a se esconderem no galinheiro. O administrador brasileiro tem dificuldade de assumir que não sabe tudo, fruto também de uma cultura em que falar “não sei” é sinônimo de incompetência. Esse medo só retarda o despertar da águia, que se faz tão necessário nos dias atuais.
Como afirma Leonardo Boff, o grande desafio que o ser humano tem em sua existência é saber equilibrar e integrar as dimensões águia e galinha. Essa articulação deve ser uma busca constante. Devemos todos tentar sempre desenvolver nossos talentos, nossa criatividade, nossa capacidade de inovar, mas sem nos esquecermos de nossas necessidades básicas e das atividades rotineiras. Equilibrar os sonhos mais altos com as exigências da realidade é fundamental.
O tempo atual exige o despertar da águia. “Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos. Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar.” (Leonardo Boff)
Por Karen Chequer

5/16/2010

A MONTANHA


A MONTANHA
(Waldemar Nicliewicz)

A vida pode ser comparada à conquista de uma montanha. Como a vida, ela possui altos e baixos. Para ser conquistada, deve merecer detalhada observação, a fim de que a chegada ao topo se dê com sucesso. Todo alpinista sabe que deve ter equipamento apropriado. Quanto mais alta a montanha, maiores os cuidados e mais detalhados os preparativos.

No momento da escalada, o início parece ser fácil. Quanto mais subimos, mais
árduo vai se tornando o caminho. Chegando a uma primeira etapa, necessitamos
de toda a força para prosseguir. O importante é perseguir o ideal: chegar ao
topo.

À medida que subimos, o panorama que se descortina é maravilhoso. As
paisagens se desdobram à vista, mostrando-nos o verde intenso das árvores,
as rochas pontiagudas desafiando o céu. Lá embaixo, as casas dos homens tão
pequenas... É dali, do alto, que percebemos que os nossos problemas, aqueles
que já foram superados são do tamanho daquelas casinhas. Pode acontecer que
um pequeno descuido nos faça perder o equilíbrio e rolamos montanha abaixo.
Batemos com violência em algum arbusto e podemos ficar presos na frincha de
uma pedra.

É aí que precisamos de um amigo para nos auxiliar. Podemos estar machucados,
feridos a ponto de não conseguir, por nós mesmos, sair do lugar. O amigo vem
e nos cura os ferimentos. Estende-nos as mãos, puxa-nos e nos auxilia a
recomeçar a escalada. Os pés e as mãos vão se firmando, a corda nos prende
ao amigo que nos puxa para a subida.

Na longa jornada, os espaços acima vão sendo conquistados dia a dia. Por
vezes, o ar parece tão rarefeito que sentimos dificuldade para respirar. O
que nos salva é o equipamento certo para este momento. Depois vêm as
tempestades de neve, os ventos gélidos que são os problemas e as
dificuldades que ainda não superamos.

Se escorregarmos numa ladeira de incertezas, podemos usar as nossas
habilidades para parar e voltar de novo. Se cairmos num buraco de falsidade
de alguém que estava coberto de neve, sabemos a técnica para nos levantar
sem torcer o pé e sem machucar quem esteja por perto.

Para a escalada da montanha da vida, é preciso aprender a subir e descer,
cair e levantar, mas voltar sempre com a mesma coragem. Não desistir nunca
de uma nova felicidade, uma nova caminhada, uma nova paisagem, até chegar ao
topo da montanha. Para os alpinistas, os mais altos picos são os que mais os
atraem. Eles desejam alcançar o topo e se esmeram. Preparam-se durante
meses. Selecionam equipe, material e depois se dispõem para a grande
conquista. Todos nós temos um desejo, um sonho, um objetivo, um verdadeiro
Everest. E este Everest não tem 8.848 metros de altitude, nem está entre a
china e o Nepal, este Everest está dentro de nós.

"É preciso ir em busca deste Everest, de nossa mais profunda realização".

5/14/2010

Homenagem Alejandro Robaina



Uma das principais lendas do mundo do tabaco, o cubano Alejandro Robaina, morreu em 17 de abril, aos 91 anos. Ele era conhecido internacionalmente por produzir as melhores folhas de tabaco de Cuba, e dedicou sua vida inteira à arte da tabacaria, sendo o único produtor de tabaco do mundo a ganhar uma linha de charutos em sua homenagem.

A família de Don Alejandro, como era conhecido, começou a plantar tabaco em 1845, quando imigrou da Espanha para Cuba. Eles se instalaram perto da cidade de San Luis, na região de Vuelta Abajo, uma das melhores e mais famosas regiões produtoras de tabaco do país. Os negócios prosperaram e até os dias de hoje, a fazenda da família Robaina ocupa o mesmo terreno comprado no século XIX.

Alejandro começou a se interessar pelo tabaco ainda criança, quando começou a trabalhar nas terras da família. Com o tempo, o talento se manifestou, ele tomou as rédeas da fazenda e começou a deixar sua marca no mundo do tabaco. Com a revolução cubana, em 1959, Fidel Castro estatizou muitas grandes fazendas produtoras de tabaco, mas deixou Robaina com suas terras, sob a condição de que ele produziria tabaco apenas para o Estado.

O produtor de tabaco tornou-se uma verdadeira celebridade local, atraindo pessoas do mundo inteiro para conhecer sua fazenda e a história do principal produtor de tabaco do mundo, um ícone da cultural cubana. Em homenagem ao prestígio de Alejando Robaina, em 1997 a Habanos S.A., empresa estatal cubana proprietária de todas as marcas nacionais criou uma linha que leva o seu nome, a Vegas Robaina. A linha, muito apreciada pelos amantes dos puros, não decepcionou com seu sabor médio para forte, blend encorpado. Lembrando os clássicos charutos que eram produzidos antes da revolução, a linha ganhou até mesmo edições especiais em caixas de madeira, itens de colecionador. Homenagem merecida a uma verdadeira celebridade do mundo dos charutos!

5/10/2010

5/09/2010

"PASSEIO SOCRÁTICO"



"PASSEIO SOCRÁTICO"

Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Mas, aquele que só pode comprar passando cheque pré-datado, ou a crédito, ou, ainda, entrando no “cheque especial”, se sente no purgatório. E pior: aquele que não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno...
Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do McDonald...
Por tudo isto, costumo dizer aos balconistas que me cercam à porta das lojas, que estou, apenas, fazendo um “passeio socrático”.. E, diante de seus olhares espantados, explico: “Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: Estou, apenas, observando quantas coisas existem e das quais não preciso para ser feliz!".