2/17/2011

A CHINA DOMINARÁ O MUNDO


por Luciano Pires é diretor de marketing da Dana e profissional de comunicação


Alguns conhecidos voltaram da China impressionados.
Um determinado produto que o Brasil fabrica em um milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões...
A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reação é impressionante.
Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas...
Com preços que são uma fração dos praticados aqui.

Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares.
Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares.
Quando comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente zero benefícios.... estamos perante uma escravatura amarela e alimentando-a...

Horas extraordinárias? Na China...? Esqueça !!!
O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego que trabalha horas extras sabendo que não vão receber nada por isso...

Atrás dessa "postura" está a grande armadilha chinesa.
Não se trata de uma estratégia comercial, mas sim de uma estratégia de "poder" para ganhar o mercado ocidental ..


Os chineses estão tirando proveito da atitude dos 'marqueteiros' ocidentais, que preferem terceirizar a produção ficando apenas com o que ela "agrega de valor": a marca.

Dificilmente você adquire atualmente nas grandes redes comerciais dos Estados Unidos da América um produto "made in USA". É tudo "made in China", com rótulo estadunidense.

As empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares...
Apenas lhes interessa o lucro imediato e a qualquer preço.
Mesmo ao custo do fechamento das suas fábricas e do brutal desemprego. É o que pode-se chamar de "estratégia preçonhenta".

Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a China assimila essas táticas, cria unidades produtivas de alta performance,
para dominar no longo prazo.

Enquanto as grandes potências mercadológicas que ficam com as marcas, com o design...suas grifes, os chineses estão ficando com a produção, assistindo, estimulando e contribuindo para o desmantelamento dos já poucos parques industriais ocidentais.

Em breve, por exemplo, já não haverá mais fábricas de tênis ou de calçados pelo mundo ocidental. Só haverá na China.

Então, num futuro próximo veremos os produtos chineses aumentando os seus preços, produzindo um "choque da manufatura", como aconteceu com o choque
petrolífero nos anos setenta. Aí já será tarde de mais.
Então o mundo perceberá que reerguer as suas fábricas terá um custo proibitivo e irá render-se ao poderio chinês.

Perceberá que alimentou um enorme dragão e acabou refém do mesmo.
Dragão este que aumentará gradativamente seus preços, já que será ele quem ditará as novas leis de mercado, pois será quem manda, pois terá o monopólio da produção .

Sendo ela e apenas ela quem possuirá as fábricas, inventários e empregos é quem vai regular os mercados e não os "preçonhentos".

Iremos, nós e os nossos filhos, netos... assistir a uma inversão das regras do jogo atual que terão nas economias ocidentais o impacto de uma bomba atômica... chinesa.

Nessa altura em que o mundo ocidental acordar será muito tarde.

Nesse dia, os executivos "preçonhentos" olharão tristemente para os esqueletos das suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando baralho na praça da esquina, e chorarão sobre as sucatas dos seus parques fabris desmontados.

E então lembrarão, com muita saudade, do tempo em que ganharam dinheiro comprando "balatinho dos esclavos" chineses, vendendo caro suas "marcas-grifes" aos seus conterrâneos.

E então, entristecidos, abrirão suas "marmitas" e almoçarão as suas marcas que já deixaram de ser moda e, por isso, deixaram de ser poderosas pois foram todas copiadas....

REFLITAM E COMECEM A COMPRAR - JÁ - OS PRODUTOS DE FABRICAÇÃO NACIONAL, FOMENTANDO O EMPREGO EM SEU PAÍS, PELA SOBREVIVENCIA DO SEU AMIGO, DO SEU
VIZINHO E ATÉ MESMO DA SUA PRÓPRIA... E DE SEUS DESCENDENTES.

1 Comments:

Blogger Marcia Casanova said...

Gostaria de dizer, se me permite, que esse texto obedece à mesma lógica que faz da China hoje uma superpotência assustadora.
Infelizmente essa lógica só leva a uma tentativa de modificar a relação que existe entre, por exemplo, duas pessoas numa gangorra: um está em cima porque o outro está embaixo, se o que está em cima conseguir ficar mais pesado, vai pegar o lugar do que está embaixo.
O problema na verdade não é saber se é a China ou os EUA ou a India ou o Brasil que pesa mais nessa gangorra, o problema é a gangorra !
O problema é a lógica de mercado que empobrece os indivíduos e enriquece as empresas, o problema é a necessidade para esse capitalismo de excesso de seguir crescendo "ad infinitum" quando os recursos naturais dessa pobre Terra são finitos.
O poder econômico da China não está somente no fato da produção chinesa se apoiar sobre uma população ávida em encontrar trabalho. O verdadeiro problema é que China está comprando terras na Africa (o equivalente à países inteiros, que os proprietários africanos estão ávidos por vender), para alimentar sua própria população, e também é ela que empresta dinheiro para os americanos cuja economia está falida, (dinheiro que os americanos aceitam pois pensam que vão conseguir salvar seu estatuto de primeira potência mundial) e como na China a noção de indivíduo não tem nenhum sentido, quando ela puder expressar enfim a sua supremacia, é a liberdade de cada um que estará sendo ameaçada.
Mas como você mesmo diz, Denis, num outro texto acima: deixamos entrar em nossos jardins pessoas que pisam em nossas flores e não dizemos nada (aliás, é o que acontece também com a floresta amazônica que nós mesmos estamos vendendo para que ela seja convertida em plantações de combustível biológico por empresas estrangeiras- sendo que esse nosso jardim tão precioso é o pulmão do mundo )
Por isso, penso que o problema não é tanto comprar produto brasileiro, mas mudar de atitude com relação à idéia mesmo de consumir. Somos todos responsáveis pela calamidade que está para vir e se quisermos que isto mude, temos é que mudar de atitude, não em comprando mais produtos brasileiros, mas em comprando o menos possível.
Obrigada por seu blog, Ana Luisa Lafourcade

sexta-feira, 24 junho, 2011  

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